Criada por três jovens da Baixada Fluminense, a Rolo de Filme gera empregos e impulsiona uma rede criativa, fazendo a ponte entre comunidade e empreendedores
Preconceito, falta de recursos, de equipamentos e de contatos. Esses são alguns dos problemas enfrentados por muitos jovens da periferia que trabalham com audiovisual. E foi para contrapor esse cenário que Viviane Laprovita, Fábio Silva e Laila Ferreira fundaram a Rolo de Filme, em 2017. A produtora audiovisual, que nasceu da vontade de romper com os estereótipos alimentados sobre a periferia, gera empregos e impulsiona uma rede criativa que faz a ponte entre a juventude das comunidades e subúrbios com empreendedores que buscam trabalhadores.
Viviane Laprovita é da Baixada Fluminense e explica que, ela mesma, deparou com esses problemas. A start up permitiu, por meio da criação de uma rede de conexões, as trocas de contatos, experiências, acesso a trabalhos e formação de equipes. “A Rolo de Filme veio para facilitar a chegada dos jovens de periferia ao mercado de trabalho. Somos um hub de audiovisual”, define a fundadora.
A partir da página no Facebook, os cabeças da Rolo de Filme recebem portfólios e divulgam oportunidades. Equipes formadas por cerca de 30 jovens já produziram vídeo-aulas, conteúdo para Youtube e outras redes sociais, além de vídeos para campanhas publicitárias e conteúdos institucionais. Viviane explica que o primeiro ano foi um “piloto” e que a ideia é expandir. “O objetivo é um dia poder financiar esses equipamentos audiovisuais para os jovens”, conta. A start up passa agora por uma fase de reestruturação, em busca de patrocínios.
Olhar 360 graus
Viviane explica que a ideia do projeto também é diversificar as equipes de audiovisual e promover uma visão mais plural. “O jovem da periferia tem esse ‘olhar 360 graus’, que enxerga a sociedade como um todo, e essa é uma narrativa importante de existir. O que nos motiva é a possibilidade de ter narrativas diversificadas por meio da inserção dessa garotada”, diz.
Ela acredita ainda existir preconceito para contratar profissionais que saem das comunidades. “Muitas empresas acham que o trabalho não vai ter qualidade, ou preferem contratar alguém que mora mais perto”, lamenta. “Queremos combater os estereótipos, fazer todo mundo acreditar que o profissional da periferia pode ser potente e com serviço de excelência”, acrescenta.